domingo, 20 de março de 2011

Last reason

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Na busca pelo perfeito, me decepcionei.
Corri tanto atrás, tentei fazer acontecer e de nada me adiantou.
Passei meses idealizando pessoas, criando situações imaginárias.
Olhei dentro de seus olhos tentando achar algo que me completasse o vazio.
Rondei por aí, passei por essas ruas entre poças e carros sem rumo algum.
Solidão era minha fiel companheira, sentia falta de coisas que jamais havia vivido.
Vaguei em uma multidão de almas perdidas procurando meu encaixe e nunca encontrei.
Não cogitava a idéia de uma felicidade alternativa, jamais.
Chorei, chafurdei-me em uma pilha de dores e agonias, sempre em silêncio.
Minha alma gritava cobrando-me pelo vazio, eu mal abria minha boca.
As olheiras começaram a se pronunciar em meu rosto, passei a evitar espelhos.
Passei alguns anos procurando, beijando bocas aleatórias, experimentando sensações.
O vazio não ia embora.
A dor continuava.
Meu corpo, minha alma, meu coração.
Tudo parecia ser irremediavelmente quebrado, desisti.
Joguei tudo para o alto, gritei, chorei mais do que meus olhos podiam suportar, esperneei.
Coloquei tudo para fora e segui com minha vida.
Parei de procurar, foquei-me em objetivos que só dependiam de mim mesma.
E em um dia chuvoso, improvável e pateticamente normal eu te achei.
A outra metade que minha alma incansavelmente procurara. 

Um comentário:

  1. Um tanto de mim é clichê e essas palavras ecoam.
    Carinho que não cabe em 140 caracteres.
    Obrigada por fazer parte do meu cotidiano virtual!

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