segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Selfish, heartless, what a shame...


                Onde está aquele ódio abrasador que costumava nos consumir? Os palavrões, grosserias, aquele sentimento que era tão mais fácil de lidar.
                O que aconteceu com o “Eu odeio você”, “Você sabe que isso não significa nada” ou com o silêncio antes do encontrar dos lábios?
                Quando foi que você começou a ser altruísta e delicado, se importando tanto com os meus sentimentos? Me diga, por que eu me perdi em tudo isso, na sua confusão, e em algum lugar da sua bipolaridade.
                Como eu posso não me sentir uma insensível, com um coração de gelo, quando você age desse jeito? Não combina com você, contos de fadas não combinam com nós. E enquanto eu tento manter meus pés no chão, me convencendo de que tudo isso vai passar, que um belo dia eu vou acordar e tudo vai voltar ao normal, você está ai fazendo planos que eu sei que não vou participar.
                Nós não vamos nos casar, eu não vou ter filhos com você, e a nossa família não vai ser feliz. Por que isso é coisa de filme, isso não é o que eu quero pra mim, isso não vai fazer parte da minha realidade no fim das contas.
                Eu não sou cruel, a realidade é que é. Ela nos faz enfrentar todos os dias nossos demônios pessoais, nos faz egoísta em busca de um estado ilusório de felicidade, por que você sabe que mais cedo ou mais tarde nós dois vamos partir nossos corações e todo o ciclo vai recomeçar.
                Por isso eu preferiria odiar você. Por isso eu fujo tanto.
                Por que eu amo você.
                Tanto, que eu sou capaz de me afastar, só pra não ter o desprazer de te ver sofrer. Me chame de egoísta, ímbecil, sem coração. Fale que eu só estou afim de usar, que eu sou hipócrita, e que nunca dou valor no que eu tenho.
                É, eu sou tudo isso. Eu faço tudo isso. Tenho todos esses defeitos e mesmo assim você ainda está aqui, você me ama e a recíproca é verdadeira.

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