quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

I hate you



                “Você. Não. Vai. Me. Deixar.” Ele falou pausadamente.
                Ela suspirou enquanto encarava seu carma. Sim. Ele virara um carma deliciosamente constante em sua vida, um do qual secretamente não conseguiria largar, mas se via encurralada por todos os lados.
                Ele tinha namorada.
                “Era só uma transa, você não tem o direito de me cobrar algo a mais.” Ralhou ela.
                Segurar suas lágrimas era algo que ela havia aprendido há tempos. Sabia que aquela era a parte dolorosa, a batalha de egos que assombrava os dois.
                Um casal de amantes atípicos que engoliam seus orgulhos em busca do prazer da dor e do amor.  Ele sabia que estava atado àquela maldita feiticeira de olhos cor de mel, maldita garota que com seu jeito doce lhe enlouquecia, o fazia agir por impulso, perder todo o controle e sanidade. Parecia agir como um maldito coelho ao ver suas curvas, só pensava em seu delicioso corpo desnudo, sua pele branca e macia parecia um convite eterno ao prazer, e ele sentia que podia se afogar em meio aqueles sucos e cheiros que somente ela poderia proporcionar.
                “Você é um bastardo egoísta!” Alterou-se ao vê-lo acender seu marlboro “E além do sexo meia-boca, não quero ficar agüentando esses seus malditos dramas! Nós dois só queremos a droga do prazer não é mesmo? Então, você já conseguiu! Agora FORA!”
                Ele a observava em silêncio, seus olhos percorreram toda a extensão do seu corpo desnudo, ela era tão fodidamente doce e bonita. Se não fosse o seu orgulho inumanamente gigante, eles estariam juntos. O rapaz a queria com toda a força de seu ser, e a faria entender isto. Por bem ou por mal.
                “Eu não vou a lugar nenhum, ainda não tive o bastante de você.” Ele sabia que estava agindo como um completo canalha, um bastardo egoísta, como ela mesma ressaltara. Mas precisava retirar a máscara de indiferença que lhe cobria a face, não suportava a frieza vinda de seu pequeno vulcão, sua doce e indomável menina.
                “Fique longe de mim!” Berrara a sentir as mãos do rapaz em sua cintura nua “Eu não quero transar com você, EU TE ODEIO!” Ela recuara até encostar-se na parede de seu quarto.
                “Eu não acredito em você” Ele observava sua respiração alterar, suas narinas inflaram e sua pele ficou com um tom rubro delicioso. Ela era fodidamente encantadora. Tão linda. Tão apetitosa. Tão sua.
                Ela podia sentir todo o seu peito musculoso colado ao seu abdômen, e sabia que derreteria as suas vontades, seu coração já estava à mercê dele, assim como seu corpo era escravo de seus toques.
                “Eu te odeio” Sussurrou enquanto sentia suas excitações se tocarem “Seu desgraçado, eu te odeio” O corpo da garota parecia implorar pelo dele, contradizendo todas suas palavras, ela precisava dele, como um viciado precisava de sua droga.
                “Você é minha” ele apalpou a garota com força “Está vendo como sua pele se arrepia? Como todo o seu corpo se estremece quando eu te toco? É por que você me pertence.” Tocou-a intimamente e um som claro e lânguido de prazer rompeu pela garganta da garota “Sempre pronta pra mim.”
                Ela avançara a sua boca enquanto repetiam os movimentos tão velhos quanto o mundo, a garota percebeu que não poderia deixá-lo ir. Percebeu enquanto seus corpos se encaixavam, que ele era seu dono, dono de seu coração e alma. Que a dependência que havia criado ultrapassara as barreiras físicas, chegando ao espiritual. Eles se completavam.
                E cada palavra de ódio soava como uma maldita declaração de amor deturpada, a cada toque eles podiam sentir o sentimento doentio crescer e tomar conta de seus corpos que se debatiam enquanto a realidade os atingiam como um soco no estômago.
                Ela o amava. Ele a amava. E a realidade fodida era que não havia para onde correr. Não havia como negar.
                O amor estava ali.  

2 comentários:

  1. Fabi, vi seu blog hoje. Curiosamente comecei a ler esse seu texto e quase chorei!! Muito lindo, de verdade.
    Você escreve maravilhosamente bem, parabens! :)

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  2. Muito bem escrito, mesmo. Achei imensamente bom. É lindo. Sei lá, sem palavras =~

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