terça-feira, 28 de setembro de 2010

A single tear

Sabe o que eu percebi ao deixar minhas lágrimas caírem?
Que finalmente eu estava colocando para fora. Por que tarde da noite quando eu sentia aquela agonia profunda em meio aquela dor tão aguda, eu não conseguia chorar, era como uma anestesia, mas dolorosa.
É dificílimo de entender sem sentir, mas estava ali, eu sentia e sofria calada, vestindo aquele belo sorriso todas as manhãs, tirando certa simpatia de um lugar bem escondido em mim para passar por mais um mísero dia, e quando eu sentia a maciez do meu travesseiro, tudo que eu queria era desmoronar, colocar para fora.
Mas eu só sentia frio, meus pés gelados, meus lábios, meu coração. E ali se trancavam as lágrimas, e ali a agonia me consumia, a raiva, o amor, e a raiva de amar.
Eu nunca quis chegar a este ponto, eu nunca quis passar pelos dias, semanas e meses sem um motivo, apenas rezando para acabar rápido, enquanto as coisas pareciam se mover em câmera lenta.
Não queria me apaixonar, não queria ouvir mentiras, não queria só sexo, nunca quis entregar meu coração.
E bom, quando eu senti a primeira lágrima escorrer, não foi tão ruim. Por que eu sabia que o gelo dentro de mim começava a derreter.
Pela primeira vez, depois daquela noite fatídica, eu me permiti sentir novamente.

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