sexta-feira, 26 de novembro de 2010

I'm letting this go

         Não sei onde eu falhei, ou que palavra não lhe disse.
                Certamente, deve ter sido aqueles dias em que eu achava que o silêncio era a melhor alternativa, ou quando eu simplesmente não sabia o que falar pra aplacar a tensão do momento.
                Será que foi ali que eu falhei?
                Lembra dos tão falados olhos azuis? São lindos sim, maravilhosos! Mas nenhuma cor pode substituir o brilho dos olhos castanhos que tanto me encantaram desde a primeira vez que eu os vi, a vivacidade, a energia boa que emana a cada olhar, nada substitui isso. Que fique claro a cada palavra que flui por meus pensamentos, nada substitui a magia que eu só encontro em um certo par de olhos perfeitamente castanhos.
                E se a minha memória não falha – tenho certeza que não irá – Também tinha a questão dos cabelos loiros, meio cacheados, e toda aquela coisa de ser surfista, certo? Bom, deixa eu contar um segredo... Isso não me encanta nenhum pouquinho. Verdade, eu prefiro aqueles cabelos quase pretos, o corpo esguio, sim, eu prefiro aquele conjunto de rapaz frágil que dá vontade de colocar no colo e encher de beijinhos.
                Gosto da fala mansa no pé do ouvido, do sotaque estranho, da mão lisa, dos beijos calmos, mesmo me contradizendo, eu gosto quando sorrateiramente me assusta ou tira fotos minhas distraídas de “recordação”.
                Tenho tanta afeição pelo modo como fica bravo quando eu finjo que não estou ligando, ou quando sorri como uma criança em pleno natal por eu estar fazendo algo que goste contra minha vontade. 
                Sei que é como dar voltas em círculos, sei também que nada mudará o que você ou eu fizemos e todas as palavras que foram ditas em momentos impróprios.
                Bom, aqui estou eu pontuando de novo os detalhes a que me atenho tão fortemente, sabendo que eu nunca vou poder voltar no passado e mudar aquele dia, mudar minhas palavras, mas eu tento só colocar pra fora tudo o que eu sinto.
                E como estava escrito em uma mensagem da sorte que eu tirei hoje: “Evite se apegar demais às pessoas e deixe que elas sigam seu caminho quando for necessário.”  é essa minha decisão, mesmo que me machuque profundamente, que eu sangre por tempo indeterminado, eu estou deixando esse sentimento ir.
                Seguindo meu caminho, me desprendendo desse passado doloroso, de tudo que me faz bem e mal ao mesmo tempo.
                Deixando que o par de olhos castanhos mágicos ilumine outra pessoa, que os cabelos quase-negros e macios percorram outras mãos, que o corpo esguio se una a outros corpos. Eu estou deixando tudo isso.
                Não por fraqueza, não por falta de amor, por orgulho ou qualquer outra coisa. Mais sim por estar cansada demais pra lutar contra isso, eu, ariana, persistente que sempre persegue o que quer, está desistindo.
                Desistindo por não ter mais condição alguma de lutar.

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