sábado, 4 de dezembro de 2010

Youth


                Eu gosto de pensar que sempre vou me deparar com uma estranha no espelho.
                É uma estranha, eu gosto de descobrir minhas várias faces, meus vários jeitos, minha inconstância, a luz um tanto apagada em meus olhos, meu cabelo de cor diferente, sentimentos contraditórios, transição.
                Sinto-me tão bem com isto, com essa facilidade de se adaptar as minhas próprias mudanças.
                É como misturar minha música clássica preferida com aquele hardcore que eu ouço enquanto corro na academia, tenho extremos dentro de mim, abismos feitos de emoções que nem eu mesma consigo distinguir, sei que essa inconstância não é vista como virtude para muitos.
                Mas acho que não sou do tipo que se encaixa nessa categoria.
                Ainda sou jovem e as espinhas em meu rosto não me deixam negar, mas as experiências que obtive me tornaram o que sou, essa multidão incômoda de sensações que se alastram no meu peito, me ajudou na construção de meu caráter.
                Sim, sou jovem mais sei muito bem o que eu quero.
                Posso ainda estar um pouco perdida em meus caminhos, com más companhias e problemas a vista, mas isso é ser jovem, não é? Se descobrir, errar, aprender e errar de novo.
                Nós temos tempo para corrigir tudo isso, temos tempo para voltar, se arrepender, recomeçar.
                Ainda acho que cada manhã é um recomeço, uma nova chance de abrir os olhos e decidir qual será o rumo da sua vida, o que você fará para mudar, como irá perseguir seus sonhos... Para mim tudo se resume nisso.
                Na disparidade, no amor, na saudade, na nostalgia, na esperança, na vida.
                Estamos vivos e isso é tudo que importa, buscando por mudança, por renovação, por que juventude e vitalidade estão além da carne e sim no espírito, na essência.
                 E enquanto se tem isso, se tem tudo.

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